A WILL-LATAM surge com o ambicioso objetivo de criar uma organização internacional, voltada exclusivamente para causas que envolvam a mulher nos países da America Latina.
Trata-se de uma iniciativa pioneira, visto que até o momento a região, apesar de ter crescido substancialmente do ponto de vista econômico e social nas ultimas décadas, ainda apresenta muito poucas iniciativas por parte da sociedade civil, voltadas especificamente à mulher.
Estatísticas demonstram que o momento para o lançamento de uma organização internacional com esses objetivos não poderia ser mais oportuno: A proporção de mulheres ocupando cargos de liderança aumentou consideravelmente entre 2012 e 2013, de 9% para 14% em todo o mundo.
Interessantemente, a proporção cresceu ainda mais em países emergentes, como o Brasil, que teve um crescimento de 3% para 14%. A China foi o país com o maior salto, de 25% para 51% na participação em apenas um ano.
No mundo inteiro, o preconceito ainda é apontado como principal barreira para o acesso de mulheres aos cargos de presidentes, vice-presidentes , conselheiras e demais cargos de liderança em grandes empresas de atuação internacional. Outra causa citada por grandes especialistas é a falta de estimulo recebida pela própria mulher para ambicionar posições de liderança – muitas vezes gerada por fatores sócio-culturais, que prescindem à capacidade e ao conhecimento.
Por outro lado, crescem pesquisas em todo o mundo que apontam as diferenças e qualidades femininas como um valor imensurável a ser agregado a posições de liderança, tanto no ambiente de negócios, como na esfera politica. Vários estudos apontam certas características fundamentais para posições de liderança como habilidades naturalmente femininas. Entre elas a inteligência emocional, empatia, resiliência, comprometimento e capacidade de avaliar consequências.
* Silvia Fazio é Presidente da WILL-LATAM e especialista em direito internacional e a primeira advogada brasileira a ser admitida como sócia de um escritório de advocacia londrino
19h – Boas Vindas
19h30 – Abertura
Silvia Fazio, diretora-presidente da WILL no Brasil.
Maria Celina de Azevedo Rodrigues, embaixadora e diretora titular adjunta do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Fiesp.
19h45- Composição de mesa
Moderadora: Monica Waldvogel, Jornalista
Keynote speaker: Luiza Helena Trajano, Presidente do Magazine Luiza
Debatedoras:
Andrea Alvares, Diretora Geral da Unidade de Negócios de Snacks da PepsiCo no Brasil
Ângela Beatriz de Assis, Diretora da BB Seguridade
Camila Araújo, Sócia Líder do Centro de Governança Corporativa da Deloitte e do Comitê Growth.
Chieko Aoki, Presidente do Blue Tree Towers Hotels
Elizabeth Farina, Presidente da UNICA
Gloria Braga, CEO do Ecad
Luciane Ribeiro, CEO do Santander Brasil Asset Management
Marise Barroso, Presidente da Masisa
Rosely Ugolini, Diretora da Inarco Troféus e Diretora de Responsabilidade Social do CIESP Sul
Vania Somavilla, Diretora-executiva de RH, Saúde e Segurança, Sustentabilidade e Energia – VALE
21h00 – Lançamento da Organização WILL – Women in Leadership in Latin America, Silvia Fazio
21h15 – Coquetel de encerramento
Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp
Luiza Helena Trajano foi a palestrante, na noite desta quinta-feira (10/04), de encontro de empreendedoras que apoiam a Women in Leadership in Latin America
“Se você educa uma mulher, educa uma nação”. As palavras da embaixadora e diretora titular adjunta do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Maria Celina de Azevedo Rodrigues, deram o tom do debate que viria a seguir na noite desta quinta-feira (10/04), na sede da entidade, em São Paulo. Na ocasião, foi feito o realizado o seminário “Mulheres Líderes: Evolução e Perspectivas no Mercado Brasileiro”, por conta do lançamento da organização Women in Leadership in Latin America (Will) ou “mulheres em liderança na América Latina”, em tradução livre.
Assim, não faltaram personalidades destacadas nas mais variadas áreas para discutir as possibilidades e as barreiras à ascensão feminina no Brasil e no mundo. Além de Maria Celina, apresentaram as suas ideias a diretora-presidente da Will no país, Silvia Fazio, e a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano. O evento teve moderação da jornalista Monica Waldvogel e contou ainda com a participação de um time de dez debatedoras que reuniu pesos pesados do empreendedorismo nacional como Chieko Aoki, presidente da rede de hotéis Blue Tree Towers, e Marise Barroso, presidente da Masisa, multinacional de produção e comercialização de painéis de madeira.
O evento teve o apoio ainda do Comitê de Responsabilidade Social (Cores) da Fiesp.
“O Will é uma organização não governamental que tem como objetivo promover a excelência profissional da mulher latino-americana”, explicou Silvia Fazio. “E discutir os desafios femininos para atingir posições de liderança”.
Para Silvia, as mulheres precisam se afirmar e “mudar as suas posturas para uma posição de conquista”.
Ela também uma apoiadora de uma maior assertividade da mulher, Maria Celina lembrou que o Brasil perde “20% das suas diplomadas, que terminam não indo para o mercado”.
“E essa saída se dá também por falta de apoio e de infraestrutura para exercer outras atividades além do trabalho”, afirmou ela, que representou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, no encontro.
Verdade, transparência e simplicidade
Palestrante da noite, a presidente do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, destacou que às mulheres foi permitido o desenvolvimento de habilidades muito importantes nas empresas no século 21. “Quem manda no mundo hoje é quem tem conhecimento”, disse.
“E o jeito feminino de ser e agir tem tudo a ver com esse mundo novo”.
Segundo Luiza, nunca se falou tanto de “verdade, transparência e simplicidade”. “A gente nunca lidou com o poder da mesma forma que os homens e essas atribuições valorizadas hoje são típicas das mulheres”, explicou.
Defensora das cotas para aumentar a participação feminina em searas como os conselhos de administração das empresas, ela lembrou que, há dez anos, o percentual de executivas nesses órgãos não passa de 7% no Brasil. “Nesse ritmo, nossas bisnetas não vão chegar nem a 12% de participação”, disse.
Luiza destacou ainda o trabalho do grupo Mulheres do Brasil, que reúne 120 executivas e empreendedoras de todas as partes do país que se encontram mensalmente para discutir questões ligadas ao feminino. “Somos apartidárias e temos como meta a apresentação de uma agenda propositiva, não queremos só reclamar”, explicou. “Movimentos como esses ajudam o Brasil e por isso são muito bem-vindos”.