Proposta é ter cursos de curta duração, de temas atuais e que fujam do “economês”
Por Naiara Bertão, Valor Investe e foto de Silvia Costanti / Valor
Imagine duas pessoas conversando sobre investimentos: “Será que o dólar vai subir mais para entrar em um fundo cambial? Ainda dá para comprar ETF de bolsa ou já ficou caro? Melhor comprar um apartamento ou investir em fundo imobiliário?”
Quem você imagina tendo esse bate-papo, dois homens ou duas mulheres? O mercado financeiro ainda é muito masculino e a reduzida participação de mulheres no Tesouro Direto e na bolsa ilustra bem isso: 30% e 13% dos investidores são do sexo feminino, respectivamente. Mas, um grupo de mulheres quer mudar isso.
“Criamos o GIMI [Grupo Independente de Mulheres Investidoras] Network para compartilhar com mais mulheres o conhecimento sobre o mercado financeiro, que estivemos estudando o assunto. Queremos atender todas as mulheres, mesmo quem sabe pouco ou nada. O objetivo é passar conhecimento para que elas não sejam surpreendidas em caso de divórcio ou viuvez e para aprenderem a cuidar do seu próprio dinheiro”, diz Regina Giacomelli Politi, cofundadora da empresa de educação.
Ela explica que a ideia do GIMI Network é funcionar como uma plataforma de educação financeira para mulheres de qualquer idade. São dois serviços principais: os cursos de curta duração, presenciais, sobre finanças e temas relacionados; e um grupo de troca de informação, uma espécie de comunidade, que terá eventos (almoços e bate-papos) e consultorias individuais com profissionais do mercado, exclusivas para membros, além da participação no grupo de WhatsApp.
O GIMI Network nasceu de um grupo de estudos que Regina e outras amigas começaram em março de 2017 para estudar finanças. Chamado de Grupo Independente de Mulheres Investidoras (GIMI), ele se transformou aos poucos em um lugar de troca de informações sobre produtos financeiros, oportunidades de negócios e dicas sobre gestão financeira em um ambiente de confidencialidade sobre dilemas financeiros e pessoais.
Ao longo dos dois anos, as cerca de 20 amigas tiveram aulas sobre diversos assuntos relacionados ao mercado financeiro, conversaram com gestores de investimento renomados, participaram de eventos em bancos e corretoras, e aprenderam que não precisam mais delegar a maridos, filhos, pais e assessores suas decisões financeiras.
Com a publicação da reportagem sobre o grupo de estudos no Valor Investe e no Valor Econômico, em setembro do ano passado, o número de interessadas em fazer parte aumentou exponencialmente. Para atender à forte demanda, as três fundadoras decidiram criar uma empresa de educação e troca de conteúdo, o GIMI Network. O que começou como algo caseiro, se transformou, então, em um negócio.