Mulheres são minoria em altos cargos de chefia. Empresas podem oferecer medidas para ajudar

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Silvia Fazio Director-President, WILL Brazil NGO
Silvia Fazio Director-President, WILL Brazil NGO

No mundo, apenas 24% dos cargos de direção sênior são ocupados por mulheres. A proporção encontrada no Brasil é semelhante, onde a presença feminina nesses postos corresponde a 22%, de acordo com pesquisa da consultoria de negócios Grant Thorton, divulgada no ano passado. Estudo da consultoria Bain & Company, também de 2014, apresenta números desanimadores: 4% dos principais executivos entre as 250 maiores empresas brasileiras são do sexo feminino. “O acesso de mulheres a cargos de topo de carreira, tanto no setor privado quanto no público, é baixo em comparação à quantidade de trabalhadoras inseridas no mercado”, afirma Tania Fontenele, economista e pesquisadora em gênero. “As mulheres ainda sofrem com uma herança social de discriminação e com a tripla jornada – de trabalhadora, de mãe e de esposa”, explica. Para os empregadores, a divisão desequilibrada de funções familiares é apontada como o principal entrave para a ascensão de mulheres, de acordo com pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O esforço pelo delicado equilíbrio entre as diferentes esferas da vida é uma constante na trajetória de mulheres que atingiram altos cargos profissionais. “Passei por situações em que fui para casa, botei minha filha para dormir e voltei a trabalhar”, conta Silvia Fazio, 43 anos, presidente da Women in Leadership in Latin America (Will) – organização lançada em 2014 para estimular o desenvolvimento profissional feminino na América Latina – e sócia do escritório de advocacia Chadbourne & Parke LLP. A advogada considera a busca por harmonia entre casa e trabalho importante para a própria satisfação.

De acordo com pesquisa do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gênero no Brasil ainda está longe de ser alcançada. O país aparece com 0,694 ponto no índice da organização – quando mais próximo de 1, mais igualitária é a sociedade (veja quadro). Com a pontuação, o Brasil fica em 71º lugar entre 142 países. Outras nações da América do Sul, como a Argentina, a Colômbia e o Chile aparecem em posições mais altas no ranking: 31º, 53º e 66º, respectivamente. Paraguai e Uruguai ficam em 81º e 82º lugares. Quando observado o índice sobre disparidade salarial entre homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho, a posição do Brasil cai para 124 na lista, com índice 0,51.

A injustiça salarial permeia as mais diferentes carreiras mundialmente, chegando inclusive ao universo do cinema. A desigualdade foi assunto até mesmo na premiação do Oscar 2015, realizada em 22 de fevereiro. Depois de receber o prêmio de melhor atriz-coadjuvante pela atuação no filme Boyhood, Patricia Arquette defendeu igualdade de salários e de direitos para as mulheres. O discurso foi aplaudido com entusiasmo por estrelas como Merryl Streep.

 

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Correio Braziliense
Ainda longe do topo
Juliana Espanhol

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